Ao menos sei que estava certa.
Pouco te olho. Sei que não o reconhecerei se o encarar. Por isto me desvio, me esquivo. Entendo o porquê de não desejarem a procura. Você, que viveu em mim, já não está mais aqui.
Roídos os dias, busca sem glória.
A morte, ausência do diálogo, do encontro, do cuidado é mais dolorosa quando da não partida física. Quando se sabe que o que morreu foi o sentir, a inquietude se instala no viver. Nada sinto se não tuas contradições.
Encontros não desejados. Ouço o que não procuro. Mentiras encobertam falsos sons.
Inverdades são ditas para tentar apagar as lembranças do último e indiferente encontro. Palavras que não dizem às ações. Estas não correspondem ao amigo. Nem ao amante. O altruísmo que pensas existir no personagem que encenas, só é válido se pensado como suicídio. E mesmo assim, no palco de sua mente.
Faz algum sentido para ti?
Já não importa. Não mudará. Repousastes o fardo que tanto desejou que desabasse. Mas seu desejo não foi realizado. Quando verbalizastes o abandono, já não existia apego há muito. Não somos mais as metáforas dos mundos. Não passamos de estrelas vistas aqui de baixo. Neste lugar, elas não são especiais. São iguais a qualquer outra.
Se quiser viver em Pasárgada, seja amigo do rei. Percebes a diferença?
Pouco te olho. Sei que não o reconhecerei se o encarar. Por isto me desvio, me esquivo. Entendo o porquê de não desejarem a procura. Você, que viveu em mim, já não está mais aqui.
Roídos os dias, busca sem glória.
A morte, ausência do diálogo, do encontro, do cuidado é mais dolorosa quando da não partida física. Quando se sabe que o que morreu foi o sentir, a inquietude se instala no viver. Nada sinto se não tuas contradições.
Encontros não desejados. Ouço o que não procuro. Mentiras encobertam falsos sons.
Inverdades são ditas para tentar apagar as lembranças do último e indiferente encontro. Palavras que não dizem às ações. Estas não correspondem ao amigo. Nem ao amante. O altruísmo que pensas existir no personagem que encenas, só é válido se pensado como suicídio. E mesmo assim, no palco de sua mente.
Faz algum sentido para ti?
Já não importa. Não mudará. Repousastes o fardo que tanto desejou que desabasse. Mas seu desejo não foi realizado. Quando verbalizastes o abandono, já não existia apego há muito. Não somos mais as metáforas dos mundos. Não passamos de estrelas vistas aqui de baixo. Neste lugar, elas não são especiais. São iguais a qualquer outra.
Se quiser viver em Pasárgada, seja amigo do rei. Percebes a diferença?
Espontânea não foi sua partida. Foi calculada, antes mesmo de rotular-me. Não digas “É isto que você acha?”. Não, não era. Mas foi o que me mostrastes. Com tua falta de essência ao designar-me assim.
Oro:
Faz-me justa. Livra-me do egoísmo e do ilusório palco de nossas hipocrisias. Eleva-me além do que alcanço. Quero voar. E quando eu disser que vou tentar, que eu mergulhe. Não quero pular para fora. Abre meus olhos. Agradeço pela força de regurgitar essas nuvens opacas.
Para mim, era importante.
Oro:
Faz-me justa. Livra-me do egoísmo e do ilusório palco de nossas hipocrisias. Eleva-me além do que alcanço. Quero voar. E quando eu disser que vou tentar, que eu mergulhe. Não quero pular para fora. Abre meus olhos. Agradeço pela força de regurgitar essas nuvens opacas.
Para mim, era importante.
34 comentários:
Bacana o texto. Achei um pouco revoltado, um desabafo tanto quanto pessoal.
;*
http://musica-holic.blogspot.com/
a única coisa que entendi mesmo no post foi: Mentiras encobertam falsos sons.
Imaginei isso sendo recitado numa peça de teatro.
Bacana e profundo...
Bjo!!
Isso me pareceu um livro resumido
nossa, parabéns.. você escreve super bem!
amei o texto,
bem profundo...
beijão
Caramba,
Uma boa poesia é aquela que consegue tocar o nosso coração mesmo que algumas partes só podem se entendidas por quem passou por uma situação assim, ser descartado. Espero que seja como os bons poetas, se botam no lugar de uma situação que não ocorreu. Tentei mandar um post no seu orkut, mas, tá bloqueado, então, mando um olá por aqui. Posso te mandar um textinho que fiz?
Beijos baianos.
Oi!
Vi seu blog na comunidade do Orkut e vim comentar!
Passa lá no meu blog tb:
http://blogdapattyandrea.blogspot.com
achei a idéia boa, mas você meio que se enrolou no texto, falo como crítica boa tá!, se é que existe, jáfui e sou criticada, graças a Deus, e ás vezes parece soar arrogância da parte de quem fala, mas da minha parte, de boa, é só uma dica tá.
bjs
O texto é bem sugestivo, fez-me pensar em Bernardo Soares. Ah, moça Fernanda, a grafia correta é Pasárgada e diz-se com o som de z mesmo.
Gostei muito do post.
Pensar em escrever uma poesia sobre a angustia, me deixou angustiado...acho que já é um caminho. :)
gostei do textoo !! vc escreve bem ;D
Acho que foi um dos melhores posts que já li em seu blog. Mas esse tem um tom mais intimista, talvez por isso, muitos não o tenham entendido.
http://fulanagens.blogspot.com/
............=D
http://noobzinhoblogger.blogspot.com/
Esse texto foi vc quem criou???? Esat muito inteligente e demonstra um sentimento único
parabéns pelo texto, e parabéns pelo blog ^^
Belo texto. Você merece muitos elogios. Infelizmente, perante suas palavras completas, nada mais tenho a acrescentar...
http://rafaelportillo.blogspot.com/
Observo em monólogo algunas pequenas confissões. O peixe fora d'água parece que viveu alguns conflitos, parece que a água que estava, contraditoriamente não era seu lugar. "Se quiser viver em Pasárgada, seja amigo do rei." parece ser uma forte condição. o texto realmente foi coroado com o final "Faz-me justa. Livra-me do egoísmo e do ilusório palco de nossas hipocrisias."
Escreve bem pakas ein
parabens
Bacana o texto,mas juro que pelo seu nome e o nome do blog, vim seca de vontade para ler Fernando Pessoa,kkkk.Bjs
Muito bom o texto, demonstra claramente ter sido escrito de uma forma pessoal e emocional, vc escreve muito bem, parabéns...
Beijos.
Um desabafo um tanto quanto interessante... além de ser um texto super bem escrito e, antes de tudo, coerente :)
parabens...
abraço!
Muito bom o seu texto é bem expressivo e único,e toca na alma.
Beijos.
Olá, sou o Felipe do Muito a Declarar. Obrigado pela visita.
Bom, adorei o texto.....gosto de coisas bem pessoais, escritas com emoção. Vou ler seus post antigos e comentá-los.
Voltarei sempre.
Abraços
Felipe
www.muitoadeclarar.zip.net
Sabe que me assusta? A gente ter esse tipo de sentimento por alguém. Não é legal. É a resposta a uma agressão.
Desejar o fim de alguém é uma dor tão profunda, que seria melhor nem ter nascido.
ops, ja passei por aqui, vou em outro post.
E é no fim que a gente encontra uma oportunidade de tentar recomeçar de alguma forma.
E recomeçar é sempre tão difícil, mas não faltam forças. E, se faltam, é porque estão apenas escondidas.
:)
emocionante...
Voltando aqui...
E continuo ainda sobressaltado com essas palavras.
Fazem mal...
tão lindo...tão grito...
me lembrou Drummond.......
p.s: obrigada pela visita...parabéns pelos textos!
Um texto cheio de atitude,
isso é o que importa!
Um beijo!
www.blowgh.wordpress.com
eu seria esse peixe q fugiu do aquário... mas na verdade eu sou é borboleta q quer voar mais e mais
beijo
Olá querida!
Eu estou bem e você??
=]]
Hahah pois é... então preciso ler Sartre mesmo!
O texto é fantástico, como sempre...
Tenha uma ótima terça-feira.
Küsse ;***
Excelente texto, as vzs precisamos ser cm esse peixe e sair um pouco do aquario, pq nao o mar?
www.oapanhador.blogspot.com
Muito bom, sério. Gostei muito de partes como essa : "Não passamos de estrelas vistas aqui de baixo".
Você criou muitas frases como essa que "amarram" o texto, no sentido de ligar as palavras e as suas idéias. Muita gente aí nos comentários conseiderou um desabafo, serealmente foi não vejo isso como algo negativo, aliás, bem ao contrário eu que queria poder desabafar com tal qualidade.
Já tinha passado aqui antes, estou gostando cada vez mais, aceita parceria?
abraços.
Bacana o texto, complexo... parecer ser uma mudança do autor que compartilha a todos...
Parabens...
Agora estou presente todos os dias no blog, isso significa trabalho dobrado... Pode produzir mais...
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