À porta de casa, deixaram um presente. Abro a caixa e verifico diversos azulejos coloridos em seu interior. E um martelo.
Nos dizeres do papel, conclamado está o ato: "Quebre-os!". E assim o fiz.
Dia outro um círculo recipiente, massa e espátula ali também se encontravam. Um cartão com um desenho nada abstrato. "Figura-te em pedaços, faça-se!", ordenava.
Laboro tendo por companhia o clarão artificial. Vejo - o se apagar e o nascer do natural. E eu ali, a construir-me.
O mosaico se projeta límpido aos meus olhos. Alegro-me por ver que artes saem de minha figura. Muitos passam, congratulam-me pela obra, desejam ajudar-me no trabalho. Oferecem azulejos preciosos para compor-me. Aceito alguns, outros agradeço e dedico um sorriso.
Dias passam, e por pouco o projeto não se concluí. Falta a peça final, que definirá o contorno da forma.
Volto à caixa. Revolvo-a e tento todos os cacos. Nenhum com encaixe perfeito de cores, formas ou textura.
À porta novamente, recebo-te. Fechada. De mistério, faço palavras: quando a casa for reconstruída, quando as paredes receberem novas coberturas, aceito tua oferta. E a forma se definirá. Mas lembre-se: enquanto abrigares nesta casa, a reforma não será concluída. E o mosaico não se definirá.
Retorno à mesa de trabalho. Suspiro e leio canções não musicadas.
Nos dizeres do papel, conclamado está o ato: "Quebre-os!". E assim o fiz.
Dia outro um círculo recipiente, massa e espátula ali também se encontravam. Um cartão com um desenho nada abstrato. "Figura-te em pedaços, faça-se!", ordenava.
Laboro tendo por companhia o clarão artificial. Vejo - o se apagar e o nascer do natural. E eu ali, a construir-me.
O mosaico se projeta límpido aos meus olhos. Alegro-me por ver que artes saem de minha figura. Muitos passam, congratulam-me pela obra, desejam ajudar-me no trabalho. Oferecem azulejos preciosos para compor-me. Aceito alguns, outros agradeço e dedico um sorriso.
Dias passam, e por pouco o projeto não se concluí. Falta a peça final, que definirá o contorno da forma.
Volto à caixa. Revolvo-a e tento todos os cacos. Nenhum com encaixe perfeito de cores, formas ou textura.
À porta novamente, recebo-te. Fechada. De mistério, faço palavras: quando a casa for reconstruída, quando as paredes receberem novas coberturas, aceito tua oferta. E a forma se definirá. Mas lembre-se: enquanto abrigares nesta casa, a reforma não será concluída. E o mosaico não se definirá.
Retorno à mesa de trabalho. Suspiro e leio canções não musicadas.
34 comentários:
Caramba, o negocio é tão bem escrito que a minha ignorância não conseguiu decifrar esse texto como um todo. As palavras são lindas, mas me perdi no meio do caminho.
http://blogdoignorante.blogspot.com/
Uma opinião ignorante sobre tudo
nossa
mtu bom o post
e o blog tb!!!
parabens :DDDD
http://dancmusic.blogspot.com/
Já achou sua "peça final"?
Espero que a encontre!
Visite meu blog sempre que puder!
E comente em qualquer post, viu?
http://thelipstickisred.blogspot.com/
Belíssimo texto...
poético...
reflexivo e com um rítmo lentamente agradável
parabéns...e boa sorte na procura do último detalhe
abraços
♪ Cantos do Grilo ♪
http://felipepensador.blogspot.com/
eu gostei bastante, mas parece que ficou incompleto... como o mosaico!!!
ficou muito bom! e eu gostei do blog!!!!
olhe o meu ^^ http://littlebigheaded.blogspot.com/
Muito lindo o texto, vc escreve muito bem!
Vou acompanhar sempre as atualizações.
Ah... e Posso por seu link no meu blog?
http://trilhasetrilhos.blogspot.com/
Muito bem escrito senti nas palavras a metáfora da vida como um mosaico não terminado... Envolvi-me de fato com as palavras..
gostei
Espero que encontre sua peça fina, assim como encontrei a minha. É só dar tempo ao tempo, e não tenha pressa. Mais um belíssimo texto!
http://maynabuco.blogspot.com
Amigo eu de muito tempo (apesar que não precisaria tanto tempo assim), fica fácil transpor este texto para a vida real e interpretar seu texto!
Quero que saiba que estou a procura de um azulejo nota 10 para completar o seu mosaico, ok? :-)
Belo texto, gostei da metafora do mosaíco.
Muitas vezes, esperamos por toda uma vida, aquela peça, que para nós significa a realização de nossos sonhos!!!
http://hdebarbamalfeita.blogspot.com/
não é a primeira vez que passo por aqui e também não é a primeira vez que digo que és uma das melhores escritoras da internet.
Vc é explêndida!
Parabéns
Novamente parabéns Fernanda!. Senti um tom de metafóra nesse texto...
Mas vida é assim, qdo menos esperamos encontrmos as peças que nos faltavam..
Um abraço e até mais!
Talvez eu tenha viajado, ainda imerso nas lembrança de sonhos desconexos da noite bem dormida: uma metáfora da amizade.
Azulejos lindos são como amizades: foram quebradas como o respeito perdido um dia.
Reconstruídas como se tentando dar nova forma.
E o pedaço que falta talvez seja a confiança perdida.
A beleza pode até existir, mas sempre haverá algo que falta, depois do respeito perdido.
Olá,
encontrei teu blog pelo blog da Martha, desculpe-me a invasão.
Teu blog é belo, interessante e inteligente
Este teu texto esta poetico, preciso e inteligente.
Agradeço tuas palavras quanto ao meu trabalho la no blog da Martha.
Beijos,
Cris
Adorei o texto, muito bom.
E adorei o blog também, continue assim.
Abraços.
Adorei o texto, muito bom.
E adorei o blog também, continue assim.
Abraços.
Reconstruir-se.. sempre uma boa idéia!
Bela analogia... e muito bem escrita.. Fez-me refletir..
O que é fantástico!
Quanto a peça final? espero que a encontre!
;D
bjus
Vc é muiro talentosa, concatena bem as idéias, um pouquinho mais de profundidade e fica no ponto! bjs
kkkk, pois eh, o meu blog tbm não apareceu la, so na busca do google.
:)
resposta ao comentario no meu blog*
Blog JC Digital
kkkk, pois eh, o meu blog tbm não apareceu la, so na busca do google.
:)
resposta ao comentario no meu blog*
Blog JC Digital
Gente e não é verdade que a FDernanda escreve mtoo bem!
Parabéns!Lindos os textos!
beijoo=D
A analogia do mosaico com a vida é muito interessante. Nossa concepção é dinâmica e sempre estamos a repaginando-a de acordo com o que nos é apresentado (ou então dispensando com um sorriso). É um ciclo que nunca se encerra, apenas com a peça final, a morte.
Hehehe muito bom Fernandinha, quem ve a menina quietinha dentro da sala não imagina que temos uma Artista tão perto hehe Pq escrever é uma Arte e é pra poucos.. parabens menina... e até amanhã =D
Vi seu blog na comunidade do Orkut e vim comentar!
Adorei o post!
Passa lá no meu tb:
http://blogdapattyandrea.blogspot.com
Gostei, muito legal este texto como o blog todo.
Parabéns, continue assim.
Abraços
Interessante. Muito bom.
Parabéns.
Interessante. Muito bom.
Parabéns.
Que lindo texto, essencial ,eu diria, e o essencial aqui realmente valeu a pena.
beijos, apareça
Fantástico.
Muito bom mesmo.
Voltarei.
http://desabafos-solitarios.blogspot.com/
A gente se quebra e se reconstrói várias vezes ao longo da vida, né?!
Tem muita gente que ajuda mesmo. Tem quem tente e tem quem não faça diferença nenhuma.
Mas uma hora ou outra a gente acaba encontrando o contorno que falta.
:)
:****
Olá,
Agradeço-lhe a visita e as palavras gentis.
Volte sempre que você quiser, as portas estão abertas sempre
Pode por sim, é uma honra obrigada.
Beijos,
Cris
que bonito o texto,
acho que nunca vamos nos tornar
mosaicos completos,
pois há sempre aquele que bate a nossa porta com mais uma peça
.... peças que vão e vem,
poque nem todas ficam colada alí por muito tempo...
o mosaico é peça frágil.
um grande abraço,
do Felipe godoy
visite meu humilde blog depois!
Poxa! Qunato mais conheço a Fernanda mais descobro que pouco a conheço.
São os "caquinhos" que também estão se "juntando" e formando uma nova percepção da identidade de você!
Seus textos são desenvolvidos com uma eloquência e dinamismo muito bom, a "comparação" da vida com o mosaico ficou muito bacana e talvez o texto parecer estar incompleto justifique-se pela idéia central dos mosaícos e do pedaço que sempre parece faltar!
Parabéns!
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