"Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim"
Álvaro de Campos
Já era noite quando transcrevi meu último desejo ao olhar daquele homem. Olhei de um modo que não olhavam mais minhas antigas vontades de pertencer; achava-me antes, aturdida de ilusões e escapes.
O que vi transcendia verdades ditas à luz de uma percepção qualquer. O mundo daquela sala rescendia a um misterioso segredo de dizer mais do que todas as palavras existentes são capazes; tinha de ser por uma inventada, acalentada por aquele fixo olhar.
E nada consegui expressar, nada fiz além de sorrir enquanto lágrimas banhavam meu silencioso desejo. Eu queria ter sido livre antes de ela voltar.
Um comentário:
Oi, passando por aqui deparei-me com belos texos e muita sensibilidade. Estou seguindo.
Fica o convite para conhecer meu blog de escritos:
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Um abraço
João Mario
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