E eu que precisava do silêncio do mar, mergulhei tão fundo que o ar me faltou. Necessitei me abraçar e olhar todo o azul, ali, embaixo d'água. Precisei morrer em mim para perder o peso de meu corpo leve. Para que pudesse, em meio a vida, à tona retornar. Morta. E ressurgir ao calor do sol.
Feito.
Mas a intensidade dos raios era tanta que me cegavam enquanto vida me davam. Mar de infinitas ondas. Pressinto terras, as desejo aos meus pés. Sei que há conhecidas, por conhecer e outras que creio já ter pisado. E uma briga de ventos se faz, cada qual a tentar à sua terra me levar. Mas resisto. Ainda não é o horizonte que procuro. E sigo boiando, a me aproximar e remar em pensamento sentido contrário. E a ir e vir, ir e vir...
Canso.
Me verticalizo então, olhos a procura. E encontro. Ao longe, extensa, à minha direção. Mas novamente, como sempre de desejo meu, não há vento que me leve a escolha minha. Preciso seguir a sua direção, nadar contra a forte corrente.Ventos não entendem o que sinto. E não há força que me faça seguí-los.
Eu preciso ventar.
Sobre a terra de meus olhos, talvez me receba, ou não. Lá é localidade que desejo repouso. É a terra que me chama, a que clamei. Não é a mais próxima, não a mais fácil de alcançar. E o que busco é oposto ao que me distância. Aflições de saber se até a ti chegarei.Vejo-te. E sinto braçar sem que saia do lugar. Me mandas uma brisa - não vento -.... Seja abrigo de meus pés.
E o mar.
E o céu em mar se fez. E o dia, não sei. Somente o momento de dia, é que certeza tenho. Que chegue.