Caminho ao passo da velhice, como
se meus jovens anos não soubessem do tempo em que vivo. O feixe de luz por
entre os prédios, o bater de asas do pássaro, o menino que lê e sorri, são como
fantasmas em meio ao caos diário, por onde a ordem agora se faz razão de
ser.
Ninguém os vê, além de mim. Devaneio. Atraso meus deveres, minha rotina a contemplá-los. O mundo corre. Perco
a hora - que se esvai veloz pelos ponteiros do relógio. Não há espera. Ninguém me espera.
Quando percebo, o sol
já se pôs. A porta está fechada. O tempo não se encaixou às horas.
Eu era sozinha.