Pérola falsa
Espuma de leite no café
Um dois, um dois
Não cessa.
Ele sorriu, se foi.
Sobrou a fotografia emoldurada
E um olhar displicente.
Dois não!
Um lá,
um lá.
Me deixa ir.
Três - sempre o outro.
Pode ser
Quente no pescoço frio.
Cigarro.
Beijo branco
- era dele -
Um só.
Na galeria de arte.
Passa os lábios
Flores, pastas e letras.
Três, quatro e ponto.
Mas é que anda frio por aqui.
terça-feira, 23 de junho de 2009
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Ode a parte da fruta
A tampa da laranja está perdida.
Justo ela, tão docinha, último prazer do fruto guardado.
A tampa redondinha caiu ao chão. E eu, pequenina, chorei, chorei.
A tampa da laranja e seu sabor de infância.
Se foi, e eu fiquei.
Grande!
Justo ela, tão docinha, último prazer do fruto guardado.
A tampa redondinha caiu ao chão. E eu, pequenina, chorei, chorei.
A tampa da laranja e seu sabor de infância.
Se foi, e eu fiquei.
Grande!
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Mea culpa
Por não ter seguido a irracional vontade de ti;
Por ter abafado a cumplicidade de teus olhos;
Pela fraqueza de querer-te feliz, sabendo-te os desejos;
Rogo compassos aos encontros,
Rogo vendas aos outros,
Rogo crer que ela vive,
que nada ruirá.
Alimento-me com nossas fraquezas.
Amém.
Por ter abafado a cumplicidade de teus olhos;
Pela fraqueza de querer-te feliz, sabendo-te os desejos;
Rogo compassos aos encontros,
Rogo vendas aos outros,
Rogo crer que ela vive,
que nada ruirá.
Alimento-me com nossas fraquezas.
Amém.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Prece
Homem;
Tu encenas perfeito clarão
que alumia o ser.
Teu papel rascunhado,
sobre veio à tua chegada:
era pra ti, se aqui estivesse agora.
Senta.
Pende teus ombros
antes do aplauso. Antes do fim.
E chora.
Chora tuas palavras, canta teus tormentos!
Seja corpo livre a me enganar sob
a cortina vermelha,
sobre a madeira a ranger
sob meu ranger.
Chora comigo.
E grita meu nome
em consonância ao teu;
para abafar aquela miragem
de coração.
Escorre comigo as mãos,
morre comigo, oh homem!
Quebra as taças, as paredes, as vigas
das palavras tortas que não encaixam
no meu viver e no teu.
O que virá do amanhã?
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Declaração
O amor é a poesia dos sentidos. Ou é sublime ou não existe. Quando existe, existe para sempre e vai crescendo dia a dia.
Balzac
Balzac
Desconstruir-te me é mais prazeiroso que ler-te os louvores. Ah, essa delícia de ver-te os pecados, o sangue às mãos, a culpa na face rubra. Não te julgo as imperfeições, as desdobro em insanos movimentos rítmicos. Teu mistério, medo de afirmar-te conhecedor de tuas vontades, é passo dançante ao meu encontro.
E por toda essa batalha que travas diariamente,que reflete na arena externa de teu caminho corrente ao abraço meu, por isso meu amigo, meu amante, meu amor, que te quero comigo.Sei o que nelas causa, este olhar; mas quem o transpõe, me diz? Quem lê o que tu és, por trás deste homem-dia? Responda-me em segredo.
Seria menos perigoso, de menor intensidade, mas não. Só eu sei de tuas inverdades. E por isto me aventuro em você, no teu ser em ti, na alma de tua essência que flamula à minha, ao meu encanto; por ti, somente por ti às horas, sorriso vem singelo. Teus olhos pequenos, ler teus pequenos olhos amenos, palavras dispersas em meu coração. Banho-te os lençóis claros de tua pele em doces beijos, desejos.
Nem era dia e eu te queria como se te houvesse perdido. E mesmo sem te conhecer, mesmo antes de saber de ti, nossas almas já confidenciavam segredos.
Seria menos perigoso, de menor intensidade, mas não. Só eu sei de tuas inverdades. E por isto me aventuro em você, no teu ser em ti, na alma de tua essência que flamula à minha, ao meu encanto; por ti, somente por ti às horas, sorriso vem singelo. Teus olhos pequenos, ler teus pequenos olhos amenos, palavras dispersas em meu coração. Banho-te os lençóis claros de tua pele em doces beijos, desejos.
Nem era dia e eu te queria como se te houvesse perdido. E mesmo sem te conhecer, mesmo antes de saber de ti, nossas almas já confidenciavam segredos.
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