Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.
Caio Fernando Abreu
Para o meu lindo...
Para o meu lindo...
Quando ele chega, me acolhe com os lábios e abraça meu desejo de paz. É sutil a precisão de suas discretas mãos que me afagam as inquietudes e sugestionam uma calma que logo obedece a seus apelos; aquieta meu dia. Espelha-me de completo em meio sorriso encantador. Diz doces palavras, celebra-me como a uma festa de longos anos vividos, mesmo tendo há pouco visto meus sentidos, cheios de pequenos segredos por descortinar. Sente minhas dores, alegrias, canta comigo silenciosamente a canção do entendimento; quer que seja assim, e faz ser assim: uma verdade simples de suspiros prolongados com gosto de eternidade terrestre.