terça-feira, 29 de setembro de 2009

Inspiração ou Transpiração

Estou a seu comando
Submissa.
Corpo lânguido a tua espera.
Estendida,
Em clemência,
Ao aguardo de ti.
Sem rubor, embevecida de vontade.
Faça-se em mim
Não tarde a chegar:
Tenho sede.

Rubem Alves, enfim!

Depois de várias passagens por Belo Horizonte e meus inúmeros compromissos na mesma data, encontrei Rubem Alves, enfim! Ele é fofo como eu o conhecia por seus livros, apaixonante! Para alegrar minha semana...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Inspiração

Quem tiver a receita me envie, por favor:
degustacaoliteraria@yahoo.com.br.
Estou branca de vazios.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ele me diz

Foram rastros deixados
- não gosto de me perder.
O que acontece aqui?
Este som, estas vozes..?

É ali. E lá, o que será?
Um beijo não importa
destino.
Creio não gostar.

Era isso? Mas foi.
Palavra vã, acaricia
meu corpo, um segundo.
Vai e esquece.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Beleza Pura, de Beatriz Milhazes

Beleza Pura. 2006
Acrílica sobre tela
200 x 402 cm

Um pouco de cor para esta semana que começa tarde, mas já está cansativa...
Para conhecer mais Beatriz Milhazes, clique no nome da artista plástica.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Descanso

Ei de morrer por uns dias.

Outrora quis adormecer apenas, para hibernar pensamentos infecundos - em sazonais temperanças me apresentam. Momentaneamente fechei os olhos e abri meu corpo. Um turbilhão de clarões inundou rachadas em meu coração.

Ei de morrer por uns dias.

E o sonho de tão claro me cegou. Embebeci minha alma inlúcida de vozes gotejantes, tortuosos vislumbres e audições induziram meus caminhos. O rosto parado, sentado à pedra. E isto é eternidade.

Ei de morrer por uns dias.

Cansado, meu corpo pede paz. Ainda quero gritar, mas não há voz na força. Não há corpo na paz. Olho para o lado e o que vejo? Um leito quente, para dias frios.

Pelos dias, ei de morrer.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Autobiografia

Sou mulher de vontade imperativa, que anseia o logo e penitencia os dias com a crença de fazer, não deixar para o tempo. Nego alguns escritos e já quis ter o som de Piazolla tatuado no braço esquerdo, onde mora uma emoção não vivenciada. Possuo o dom de ir do riso às lágrimas como uma linha de eletrocárdio, culpa da vocação ou dos hormônios, não sei. Sou conscientemente fraca em mim e forte quando neles. Há pouco deixei de chorar lágrimas para banhar papéis nas letras, o que me causa o título de poeta e o constante incômodo do não contentamento. Não tenho amor a bichos. Abstenho-me de íntimas confidências pelo cansaço. Amo em excesso e vivo uma overdose sentimental diária. Queria ter mais dons artísticos do que o concedido pelo distraído anjo arteiro - mas agradeço a oferta. Espero ser surpreendida e me surpreendo com a falta de ação rotineira. Tenho um homem que me ama quando há tempo para o amor. Sou de vaidade amena, não guardo ódio por ninguém, apesar de já tê-lo sentido. Amo a lua, o silêncio da madrugada e vinho a descer garganta. Queria encurtar umas distâncias e não canso de culpar a geografia e o asfalto por uns abraços perdidos - e uns beijos, para dizer alguma verdade. Sou mais feliz quando ouço Benett cantar "...just the way you look tonight..." e não resisto a um sorriso bobo literário. Não estou no lugar a que pertenço e não sei onde ele está: mas é pra lá que caminho. Tenho por imagens girassóis, nuvem branca em céu vermelho e uma estrela-cadente em noite de abraço apertado e jura de amor. Aflinjo-me com o não alcance do que desejo - desejo daquela felicidade. Quero ir além, estar e sentir. E vou, se lá, não sei.
 
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Degustação Literária by Fernanda Fernandes Fontes is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.