quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sobre como me tornei máquina

A cobertura que se estende
Sobre meu sentir
É de palavras escudeiras
Que aquecem e alinham
Um desgovernado ser que sente
Em demasiada vivência.

Não é o manto que felicita
Um viver que cambaleia
Em pernas desnorteadas
Por um caminhar que cumplicia
A sombra; amar uma ideia
Não é amar um homem.

A dispersão desconexa
Argumenta uma enxurrada
De defesas que cuidam
De um corpo cansado
- não mente –
De pelos dias e futuro ser só
E desta solidão
Viver um nada.

10 comentários:

Gleidson Tadeu disse...

Somos engessados, muito bom o texto... Gosto muito de passar por aqui...

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Gleidson Tadeu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
:.tossan® disse...

olá Fernanda quanto tempo não é? O teu poema é soberbo e complexo talvez seja por isso que me fascina. Beijo

☆Fanny☆ disse...

Olá Fernanda!

Grande poetisa!
Fiquei fascinada com a tua capacidade de escrita! Senti-me identificada contigo em muitos textos que li.
Este teu blogue será paragem obrigatória para eu me deleitar um pouco com a beleza imensa das tuas palavras.

Um beijinho e um sorriso :-)*
Fanny

Filipe M. Vasconcelos disse...

Espero que a cobertura de palavras escudeiras que estendem sobre o seu sentir e que aquecem e alinham, não façam seu ser desgovernado, governar-se.. ocultar-se ou restringir-se através da medida simplista que as palavras apresentam ao tentar informar sobre sentimentos.
..
.

Fê, pela primeira vez vou ser indelicado nas palavras.. Mas quando terminei o último verso do seu poema eu simplesmente declamei: "Put.. q.. pariu... Que poema fod...!!"

Desculpe-me, mas existem sentimentos que apenas palavras esdrúxulas conseguem se aproximar para explicá-los...
Um beijo demorado de quem lhe gosta demoradamente!!!!

Joshuatree disse...

É na forma desse poema que te vejo, que procuro "ver" uma idiossincrasia exultante de frases metafóricos, que desenham as virtudes do que sentes e pressentes ... Bom demais te ler, e tentar tocar tua alma que se derrama em poesia.

Bjão no coração

GUINA disse...

A ALMA

Digo, plenamente, que há uma flor invisível
no teu caminho e pelo teu caminhar floresce;
uma flor feita de pura luz que ninguém a vê
nem teus olhos, quando buscam esse mundo

Digo, ainda, que essa flor é linda como o Sol
e como é feita da força e da luz que nela há
digo que essa flor é tudo que tens e possuis
e dela nunca queiras, porventura, afastar-se

Digo, obviamente, que essa flor é verdadeira
embora impossível o simples olho enxertá-la
Mas, enfim, como a ti chegam estes versos

Digo, com a mais bela simplicidade de poeta
que essa flor é perfeita, esplêndida e formosa
E floresce nos tic-taques que teu coração toca.


Guina

carlos miranda (betomelodia) disse...

olá, fernanda...

sempre passeio por teus post's, às escondidas...
mas hoje não posso deixar de mostrar-me, satisfeito pelo ótimo
poema´que publicastes...

beijos em seu po´[etico coração...

João Bahea disse...

Uau...

Passei por aqui por acaso, mas gostei do que li...

Parabéns!

Tens mto talento!

Anônimo disse...

Fernanda,

Não sei no que pensava ao escrever esse post, mas é simplesmente lindo. Cada um vê a paisagem que quer na sua janela e ao ler esse poema lembrei-me de como um caminho pode ser cansativo e solitário ao fazermos uma escolha não convencional... Ao seguir nosso coração...

Parabéns!

Jéssica Martins

 
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Degustação Literária by Fernanda Fernandes Fontes is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.