sexta-feira, 9 de maio de 2008

Saudades

Era uma varanda extensa, com um pequeno jardim à sua frente. Havia uma rua pouco movimentada que trazia um pouco de vida àquela residência tão quieta. Trazia porque os passantes estavam habituados a olhar aquela cena quase fotográfica, não fossem os suspiros de tempos em tempos vindos daquele lugar...

Ela se sentava todos os dias na mesma cadeira. Nas manhãs, tardes e noites. Após exercer mecanicamente todas as atividades diárias da casa. E todas as necessárias para que sua vida prosseguisse, até chegar a hora que Deus resolvesse levá-la.

Deus. Como ela chamava por aquele nome. Pedia diariamente para que ele colocasse um fim à sua melancolia. Mas ele a ignorava, e se esquecia dela. Passava ao seu lado sempre, levava a Maria, a Selma, a Ivone.... E se ia.

...

Lembrava da casa cheia. Das crianças correndo naquele jardim. Dos longos almoços cheios de sorrisos e altas palavras. Das visitas vindas de fora, das vizinhas amigas, dos bordados, dos bolos com café passado na hora...

Suspirava. Levantava. E limpava a lágrima que sempre teimava em cair.

20 comentários:

Anônimo disse...

Quanta nostalgia, não?
hehehe :*

Anônimo disse...

Lembrei da minha avó. De verdade.

Por um instante, parece até que senti o aroma do cheirinho de café na mesa e do bolo saído do forno.

Sensações que só um texto delicioso pode nos trazer.

abs!

Anônimo disse...

iiiiii!! ja era de se imaginar.

íriaacosta disse...

acho q vou levantar daqui e quebrar essa rotina q afoga os meus dias, antes q seja tarde..

Zero disse...

realmente, uma paisagem bucólica para uns pode ser uma bela fachada para a solidão e sofrimento de um alguém esquecido pela vida...

um belo texto, como não mais se encontra nestes dias negros para a literatura

cotinue assim, um forte abraço.

Kelly disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kelly disse...

Ahhh... vc escreve mto bem, continue escrevendo, tem sucesso meninaaa!!!

Eu imaginei toda a cena aqui sentada lendo seu texto, nos envolve e nos faz perceber certas coisas!

Parabéns... td de bom pra ti!
Ótimo sábado.

Thaíssa Vasconcelos disse...

Que texto agradável, bom de se ler...e que talento moça!!!

Flaveetcho disse...

Solidão é uma das coisas mais tristes.
Eu acho.

Beijo.

Thiago Borges disse...

Triste, porém belo.

Sobre seu comentário lá no blog, também adoro Legião. Mas a questão é que boa parte das pessoas sequer entedem o que as letras deles dizem... sequer pensam a respeito... Ouvem e vomitam tudo em seguida.

Acho que aqueles que gostam mesmo, que curtem e sabem do trabalho da banda vão acompanhar sempre independente de mídia qualquer.

coloquei a parte final lá... passa depois.

bjaum!

http://borgesthiago.blogspot.com/

Gregory Vancher disse...

Nostálgico e melancólico mas, embora não goste muito de textos desse tipo, achei o seu interessante. Vc escreve bem.

http://clik.to/otherside

Euzer Lopes disse...

Eu sinceramente espero que meus últimos dias não sejam como o dessa senhora.
Tudo o que foi construído, perdido nas lembranças, é um sofrimento sem igual.

Expressão Coletiva disse...

Oh saudades,nossa,saudades nesta noite de sábado é foda!!

Philipe disse...

Opa blz

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Anônimo disse...

Mais uma vez vc nos surpreende com um texto maravilhoso.Nostalgia q enobrece os sentidos e vc sabe trabalhar com sinestesia como ninguem em seus textos.Não vejo tristeza dessa vez em seu texto mas uma bela imagem de uma pessoa q sabe ver o qto é bom viver.Notar,com tanto carinho,de tempos passados,momentos vividos, só nos mostra o qto foram bons e q nos acalenta na hora da solidão.Saudade é saudavel a todos nós.Parabéns por mais uma bela escrita.

Simplificações e Complicaçoes do Mundo feminino disse...

Aiiiiii, num gosto de solidão mas as vezes eh legal e humano sentir de vez em quando.Otimo texto

Anônimo disse...

Saudade pode ser algo bastante doloroso quando a solidão é a única e última companhia,pior que isso só mesmo a nostalgia de momentos que jamais ocorreram,esperar pela morte sem jamais ter vivido realmente e fabricar lembranças como forma de aliviar a dor de não ter aproveitado nem conhecido nada ou ninguém.

Sou um grande fã seu.

Abraços!

Daniel Augusto disse...

eu gosto de textos assim...


não sou velho mas ja me sinto assim...

qualquer dia isso acaba...

no dia em que a doce menina sorrir pra mim...

no dia em que eu encontrar um sentido gostoso pra viver...

esse dia terá cheiro de vida ou de morte...


^^"

bye

Daniel disse...

Café passado na hora soa como se ele fosse filtrado pelo tempo..

MandinhaW disse...

parabens pelo blog
esse post foi muito bem elaborado
foi uma reflexao para mim
passa la no meu:
http://coisasethings.blogspot.com/

 
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